sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Carpe Diem?


Colha o instante sem se preocupar com o amanhã. Devido à efemeridade da vida nos deparamos com o desejo de fazer, de querer, de aproveitar tudo que nos foi dado em um só instante. O medo de não aproveitar as coisas da vida conduz muitos a práticas fora do comum e os levam, inclusive, à morte. Ignorando que a vida em si é só uma fase em nossa existência.

A vida é breve. Fato. Somos aprisionados pelo tempo e vítimas de suas garras. A velhice chega para todos e em um momento da vida olhamos para trás e vemos nossas derrotas, vitórias, momentos de alegria e de tristeza. O medo de olhar para trás e realizar que não tivemos momentos assim é frustrante. Destrói nosso interior. Mas isso não é razão para que nos atiremos como loucos sem rédeas atrás de simples emoções e súbitos desejos.

Cazuza foi um exagerado. Não temeu ninguém e, corajosamente, viveu a base de muito sexo, muitas drogas e rock ’n’ roll. Como resultado, morreu vítima de uma doença devastadora. Mais um adepto desse conceito de ser escravo de sua vontade. Mais um adepto como seus heróis, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin que, em pleno auge, morreram de overdose em seus 27 anos de idade.

Para viver, precisamos de cautela. É preciso saber encarar a morte como um processo fatal e normal da vida. E quando é para acontecer, ocorre sem olhar quem é. A vida em si é feita para colher aprendizado, colher sabedoria e experiência ao lidar com suas dificuldades e então, na velhice, é a época onde deveríamos resgatar memórias de uma vida repleta de vitórias e fracassos. De lembranças e de fases completadas.

Devemos passar pela vida com suavidade. Precisamos ter paciência e não nos jogar loucamente a ela. Só os desesperados e sem confiança cometem esse tipo de erro. Devemos ter consciência das coisas de que, mesmo se morrêssemos amanhã, que o hoje seja repleto de alegrias e não de empreitadas estupidamente concretizadas.

Sem compensação, aproveite sim. Beije quem tiver que beijar. Ame quem tiver de amar. Mas ame e viva com consciência de que amanhã você pode se arrepender de tudo isso e de que, na vida, tudo que é concreto, pode derreter.


Os excessos de nossa juventude são saques sobre a nossa velhice, pagáveis com juros cerca de trinta anos mais tarde. (Charles Colton)

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