segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sereia e o Anjo


Diante da destruição, da raiva e do egoísmo nosso amor consolidou

Em meio ao deserto de tristeza. Criou-se o oásis de nossa paixão.

Em minhas asas de anjo, nosso amor voou

Em suas guelras encontrou luz na escuridão


Quando o sol mandar

E o mar transparecer

Você vem me encontrar

E eu encontrar você


Encontraremos abrigo nas pedras das praias mais bonitas

De baixo do sol mais brilhante

Na praia mais singela

De areia amarela

Recostados na rocha mais confortável

Ao som das árvores e cheiro do mato


Eu completarei seu eu

Você completará o meu

E juntos seremos eternos


Ouviremos o barulho do mar

Batendo nas pedras

Observaremos a luz do sol

Em nossos olhos brilhar


Curtiremos à tarde de todo dia

Eternizando constantes momentos de alegria

Felizes como a gente merece

Ao cair da noite

Você dorme

Eu saio

E observo


Só me interessa sua imagem

Toda a beleza da natureza se fecha em contraste à sua paisagem

Só Você me interessa


Voarei para longe para ver você melhor

E realizarei que não há

Coisa que desate nosso nó

E coisa que ofusque sua beleza


Serei teu anjo, você minha sereia

Em meio a todo caos, encontraremos uma maneira

De reconstruir toda a sujeira

Causada pelos humanos


Bom dia


Quero olhar você nos olhos

Como naquela miragem

Que ainda está pra se viver

Que nos aguarda e nos espera

Sob a luz do amanhecer


Onde não há problemas nem teorias

Muito menos conspiração

Somente nossas almas

E o som do coração


Onde o amor é livre

Sem fronteiras pra deter

Não há dor

E só existe o amor

Que eu sinto por você


Viveremos em paz

Livres

Livres

De toda saudade

De toda crueldade

Dor desmerecida


Teremos liberdade

De viver toda a verdade

Dessa realidade alternativa


Daí então

Tomarei a iniciativa

Brindaremos o bom dia

Com um suco de alegria

Homenageando o sol da nossa manhã

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nossos Quereres e o Livre Arbítrio


A humanidade é movida por vontades. Se não fosse nosso orgasmo na hora da transa, não reproduziríamos. Se não sentíssemos o gosto da comida, não comeríamos. Sem felicidade, ou pelo menos a ideia de ser feliz, nessa vida não viveríamos. Os seres humanos buscam recompensas em tudo o que faz, e isso cria vontade em cima de tais atos. Quanto maior é o sentimento de jubilo ao fazer certa coisa, mais temos vontade sobre essa coisa. Se não gostamos de tal coisa, não temos vontade alguma de fazê-lo.

Para entender esses princípios, precisamos resgatar o cerne de nossa existência. Somos o que somos por causa da nossa natureza, da nossa vontade em si. Mas o que é ser? O que nos torna algo material, algo existente se somos simplesmente o que desejamos? Será que temos realmente livre arbítrio?

Dizia Platão que a existência material era parte de um Mundo Sensível, onde podemos conhecê-lo através de nossos sentidos. Olhar, tato, paladar, audição, olfato. Percebemos o mundo através dessas nossas propriedades físicas. E, separado, porém não distante desse mundo de sentidos, está o mundo de sentimentos, emoções e ideias. O Mundo Supra-Sensível.

Segundo ele, a existência material do Mundo Sensível era conseqüência e uma cópia do Mundo Supra-Sensível. Toda a nossa sabedoria, pensamentos, sentimentos fazia parte desse mundo. Daí, já podemos pensar por nossas cabeças: somos, como matéria, fruto de algo perfeito. Perfeito pois nunca acaba. Nossos pensamentos não são findáveis. Agora nosso estado físico é repleto de imperfeições e limitações.

A primeira limitação do homem que imaginamos é o tempo. Vamos ficamos velhos, não temos tempo de fazer tudo. Pois bem, esse é outro ponto. Se pararmos para analisar friamente, não somos nada devido ao nosso constante movimento. A cada milésimo de segundo estamos mudando. Os fios de nosso cabelo crescem, nossa pele vai microscopicamente alterando. Somos finitos. E a nossa perfeição está dentro de nós mesmos, agora em outro plano.

Agora, voltando às nossas vontades e nosso livre-arbítrio, creio que isso seja somente a ponta do iceberg. Deve se pensar como um todo e não um caso isolado. Em minha opinião, pegando todos esses ensinamentos de filósofos antepassados, concluo que tudo é uma ilusão. Aparentemente criamos uma ideia de livre-arbítrio tão real que parece verdadeira, uma pegadinha de muito mau gosto. Acredito que somos o que somos e escolhemos o que escolhemos já com um propósito.

Vivemos uma repressora armadilha, semelhante aos desenhos de Pernalonga, em que o burro em que aquele danado está montado é iludido por uma cenoura enganchada em uma vara de pescar. O burro corre querendo a cenoura que está bem em sua cara. A verdade é que nós somos uma miscelânea de nada que acha que é coisa.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Todo ser humano mente. Eu não minto.


Falamos tão mal de quem mente e da própria mentira em si que parecemos legistas bisbilhotando-as e juízes julgando-as ao longo da nossa vida. Mas somos hipócritas o suficiente para mentir e fazer de tudo para que essa mentira não seja revelada. Por mais verdadeiros que tentamos ser, a mentira nos persegue. Nós, brasileiros, somos filhos de uma mentira secular criada e mantida por nossos antepassados. Tá na história. E não só brasileiros. Todos nós, seres humanos, somos vítimas de mentiras todo dia e já nascemos em um contexto coberto de “lorotas”, de inverdades, de falsidade.

Não é justo roubar o direito de saber a verdade das pessoas inocentes, elas estão aparte de todos os seus defeitos. Seja verdadeiro até com os defeitos que você carrega e assim, mudá-los para seu bem e das pessoas que você gosta.

A mentira dói tanto. A mentira é uma parte ruim de nossa vida, porém é tão comum que passa a ser algo normal. Digo isso, pois sou uma pessoa com problemas devido a esse hábito. Minto. Como muitos, sou um Pinóquio escroto que, por causa de minhas mentiras, deixei de ser merecedor de muitas coisas. E hoje, carrego essa culpa e tento mudar isso a cada dia.

Ela é o pior dos pecados. Machuca todos, sem excessão. Agora toda a humanidade sofre desse mal. Não tenha esse que não tenha experienciado contar uma mentira, omissão. Ou o que quer que seja a técnica ou ferramenta usada para faltar com a sinceridade e veracidade dos fatos. Assim como não tem esse que não tenha sofrido com uma mentira. Ou omissão. Omissão, que nada mais é do que outro método para não priorizar a verdade.

Encorajo todos a mudarem seu fim. Encorajo todos a dizerem pra quem ama, pra todos que já mentiu (ou omitiu) alguma coisa importante. Ou talvez nem tão importante assim. Sejam verdadeiras por completo, a vida e as pessoas que vivem com vocês merecem esse comprometimento. Não tenha medo esteja sempre de cabeça tranqüila com você mesmo.

Da mesma forma, peço para todos que, um dia já sofreram com uma mentira, que perdoem (lembrem-se do que se trata o perdão) e tratem do caso com diálogos e compreensão. Não faça julgamentos e superem isso juntos. Procurem entender o lado do outro. E quanto a confiança, que é difícil de se conquistar novamente, dê uma chance para poder mudar essa história. É horrível confessar uma mentira e, carimbar em seu rosto que é a pior pessoa do mundo, assinar o atestado de ruindade mas, se existe uma confissão por parte de quem mentiu, é porque existe confiança e amor para se confessar.

Não estraguem a vida por causa da mentira. Isso faz parte do ser humano. É corriqueiro, de praxe. Assim como faz parte do ser humano o perdão, e acima de tudo, deve haver a honestidade da confissão. Todos têm e devem ter força para recomeçar por pior que seja o ato.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

É hora de legalizar!



Hoje em dia, o que ameaça a ordem da sociedade? O que nos trás violência? Desordem? Caos? O que leva e encoraja uma pessoa a destruir a vida da outra? Serão as drogas? Onde é que tudo isso vai parar? Tanta miséria, tanta discórdia, tanto ódio. Pra quê? Por quê? Até quando?

Tantas perguntas e poucas respostas. Desde que a humanidade tem conhecimento de sua existência, há violência. Seja para roubar a carne da tribo inimiga, seja para impor uma ideia diante da raça em minoria. Infelizmente, essa violência não tem fim. Agora existe um simples ato que pode nos deixar com baixíssimos índices: a legalização da maconha.

Cannabis Sativa. Erva popularmente conhecida. Fácil de produzir e pode ser usada de diversas maneiras para diversas utilidades. No estado da Califórnia, nos Estados Unidos, o seu uso é liberado, a 14 anos, para fins terapêuticos. Combatendo dores, náuseas, perda de senso e insônias. Até TPM e câncer podem ser tratadas com a erva. Movimentando 1 bilhão de dólares em sua economia. Na medicina oriental, os benefícios da erva são conhecidos a mais de 2 mil anos. Assim como no estado da Califórnia, a erva no ocidente só é usada para tratar náuseas, e vômitos em pacientes sob quimioterapia, para abrir o apetite em pacientes com AIDS e para abater as dores em vítimas de esclerose múltipla. Exceções para Holanda e Canadá que liberam o uso recreacional.

No Brasil (maior consumidor da América do Sul), os argumentos para a não liberação da maconha são hipócritas e fúteis. Alegar que a maconha faz mal a saúde é completamente fora da realidade, pois, como já fora atestado, os benefícios são muitos. Além disso o uso de cigarro, álcool e várias outras substâncias absurdamente nocivas (como gorduras em geral e anfetaminas) são pacificamente aceitas, tornando ilógico a proibição. Em relação a dependência, algumas pesquisas apontam que apenas 2% dos usuários de maconha tornam-se de fato dependentes, com o tabaco este índice ultrapassa os 90%.

A solução para essa sociedade trágica e rancorosa poderia ser controlada com a legalização. O tráfico de drogas assola a população, derruba nossas crianças e mata nossos jovens. A violência em si é culpa do tráfico de drogas. O medo de ser morto faz um viciado matar para ter dinheiro para pagar o tráfico. A morte de muitos causada por outras drogas é culpa do mesmo tráfico de drogas. Fora o lucro do governo em legalizá-la. Os valores lucrados com a erva seriam revertidos em muitas outras coisas boas para a população, e o gasto, que uma vez iria, para combater seu uso poderia ser poupado.

Agora quem sustenta o tráfico de drogas? Quem dá as cartas pro tráfico jogar? Quem dá as armas pro tráfico matar a população? A análise é simples. Sem a maconha, “droga” mais popular, o tráfico não rende o que tem que render, ou seja, perde dinheiro. Por outro lado, em meio de milícias e esquemas corruptos, o governo e muitos políticos se beneficiam com a não legalização da maconha. Em troca, a população vira vítima das nossas próprias crias.

Há quem pense que a não legalização deve-se a algo cultural. Segundo muitos, a maconha abre as mentes dos usuários, os fazem mais sagazes. Não é a toa que a religião Rastafári a usa como uma erva da sabedoria. E, com essa ideia de fazê-los mais espertos, o medo dos políticos perderem sua boa condição para possíveis rebeldes, os fazem detestar a ideia de legalização.

Bem, é fato que a opinião de muitos não batem. Agora não é nada demais pedir uma mente aberta e bom senso para analisar fatos. Não deixe que a cultura abafe a realidade.





[Vídeo rápido onde Bob Marley dá um depoimento sobre o uso da erva, dêem uma conferida]


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Carpe Diem?


Colha o instante sem se preocupar com o amanhã. Devido à efemeridade da vida nos deparamos com o desejo de fazer, de querer, de aproveitar tudo que nos foi dado em um só instante. O medo de não aproveitar as coisas da vida conduz muitos a práticas fora do comum e os levam, inclusive, à morte. Ignorando que a vida em si é só uma fase em nossa existência.

A vida é breve. Fato. Somos aprisionados pelo tempo e vítimas de suas garras. A velhice chega para todos e em um momento da vida olhamos para trás e vemos nossas derrotas, vitórias, momentos de alegria e de tristeza. O medo de olhar para trás e realizar que não tivemos momentos assim é frustrante. Destrói nosso interior. Mas isso não é razão para que nos atiremos como loucos sem rédeas atrás de simples emoções e súbitos desejos.

Cazuza foi um exagerado. Não temeu ninguém e, corajosamente, viveu a base de muito sexo, muitas drogas e rock ’n’ roll. Como resultado, morreu vítima de uma doença devastadora. Mais um adepto desse conceito de ser escravo de sua vontade. Mais um adepto como seus heróis, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin que, em pleno auge, morreram de overdose em seus 27 anos de idade.

Para viver, precisamos de cautela. É preciso saber encarar a morte como um processo fatal e normal da vida. E quando é para acontecer, ocorre sem olhar quem é. A vida em si é feita para colher aprendizado, colher sabedoria e experiência ao lidar com suas dificuldades e então, na velhice, é a época onde deveríamos resgatar memórias de uma vida repleta de vitórias e fracassos. De lembranças e de fases completadas.

Devemos passar pela vida com suavidade. Precisamos ter paciência e não nos jogar loucamente a ela. Só os desesperados e sem confiança cometem esse tipo de erro. Devemos ter consciência das coisas de que, mesmo se morrêssemos amanhã, que o hoje seja repleto de alegrias e não de empreitadas estupidamente concretizadas.

Sem compensação, aproveite sim. Beije quem tiver que beijar. Ame quem tiver de amar. Mas ame e viva com consciência de que amanhã você pode se arrepender de tudo isso e de que, na vida, tudo que é concreto, pode derreter.


Os excessos de nossa juventude são saques sobre a nossa velhice, pagáveis com juros cerca de trinta anos mais tarde. (Charles Colton)

Ser Igual


A igualdade é pregada em nossas mentes desde a nossa infância. Somos induzidos a crer que nossos amigos são iguais a nós e por isso, passamos a sempre querer ser iguais a eles. Devido a isso criamos distúrbios, uma vontade absurda de tentar encaixar no grupinho. Fora o fato de a mídia exercer constantemente o que é o caminho bom de seguir. E ai de quem ouse ser diferente.

Será mesmo que nossa sociedade se robotizou? Infelizmente. Mulheres morrendo de bulimia e todas as “ias” disponíveis no mercado. Homens tomando anabolizantes para serem os fortões. Maior prova de que as pessoas andam cada vez mais iguais está logo ali do nosso lado. Pena.

A globalização é uma bênção. Nós, da era da informação, somos gratos por essas toneladas de informação, notícias, costumes, tradições que nos chegam dia após dia. Como podemos parecer tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes? Difícil. Aparentemente, mesmo com todas as técnicas de beleza e “aprimoramentos” estéticos, estamos ficando mais para máquinas do que para seres vivos.

Nós, seres vivos, fomos traçados diferentes por uma razão. Não somos fantoches nem números que, se não forem iguais, são maiores, melhores, ou piores, inutilizáveis. Somos diferentes para nos orgulharmos de nossas diferenças e, ao invés de copiarmos e seguirmos uma moda, uma regra estabelecida.

Devemos sim, ser pretos! Ser branco com orgulho, sim! Seja lá o que você for. Convivemos com diferenças, sejam elas em pensamentos, idéias, sentimentos, culturas, traços físicos. E isso deve ser comemorado. Pois, sem elas, pararíamos. Sem elas seríamos inanimados. Bagagem. Objeto.

As tradições devem ser estimuladas, devem ser resgatadas pelas famílias e postas na mesa. Devem se orgulhar da cor que têm, do cabelo que têm e ser famintos em busca de conhecimento sobre as outras opiniões e conceitos.

O espaço de todos deve ser respeitado sempre. Deve haver harmonia entre os mundos que carregamos dentro de nós para que, com isso, irmos conduzindo essa esfera em sintonia com o próximo.

Dividimos um mundo onde não somos iguais. De jeito nenhum. Até o gêmeo não é semelhante. Nem de maneira forçada seremos. Eu desejo um dia encontrar um mundo onde, a partir de suas diferenças, ele não seja mais dividido, ele seja compartilhado. Pois, acima de nossas constantes e inquestionáveis diferenças somos seres humanos esfomeados por um mundo melhor.